google.com, pub-7850997522645995, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Figueira, uma cidade amedrontada - Tribuna da Serra

Figueira, uma cidade amedrontada

O assassinato do empresário Gilmar Rodrigues, 57 anos, no dia 14 de agosto, durante tentativa de assalto ao Posto de Gasolina Figueira, ainda repercute no município de aproximadamente 8 mil habitantes – a vítima era filho do ex-prefeito de Figueira, Dirceu Rodrigues dos Santos (gestão de 1989 a 1992). Três dias antes do homicídio, o Posto Fox Millenium também foi vítima de outro assalto a mão armada, em que os assaltantes levaram cerca de R$ 1.800 e mais dois celulares. Na mesma semana, uma gangue de jovens também teria utilizado facas para cortar 14 pneus de carros estacionados na avenida principal da cidade. 


Dentre as reclamações dos moradores para melhorar a segurança da cidade estão o aumento do efetivo da Polícia Militar na cidade – atualmente formado por seis policiais – e o retorno do funcionamento da delegacia do município, que está desativada há mais de 20 anos, com o prédio praticamente abandonado, em área com matagal. Desde então, a Delegacia de Curiúva é responsável pela segurança das cidades de Figueira e Sapopema. 



"Está todo mundo muito assustado, desesperado, com o aumento da violência na cidade. Não há segurança suficiente por aqui e a cidade acaba ficando muito vulnerável para a ação dos bandidos; deveria ter uma delegacia aqui", reclama o construtor Ronaldo Fermino, concunhado da vítima fatal, que está ajudando atualmente a administrar o posto de gasolina após a morte do empresário. "Por segurança, estamos funcionando das 7 horas às 18h30. É uma tentativa para nos proteger mais", afirma Fermino. 



O empresário Luiz Carlos Machado mora na cidade há 26 anos e confirma que nos últimos meses o "clima de medo" tem predominado na cidade. "Vemos muitos jovens envolvidos com drogas, andando com armas, e acho que um trabalho preventivo mais efetivo deveria ser feito, assim como as rondas, as ‘batidas’, nos bares da cidade. Cada vez mais temos notícias de roubos em residências e o assassinato no posto deixou a cidade ainda mais chocada", reconhece. 



O delegado Denival Barbosa Liandro, da Delegacia de Curiúva, destacou o trabalho que vem fazendo na repressão ao tráfico de drogas em Figueira, desde que assumiu o cargo há 11 meses. "É comum haver uma grande comoção após a ocorrência de assassinatos de pessoas de bem, como no caso do empresário do posto de gasolina, mas a cidade de Figueira não está desassistida nem esquecida. O aumento do efetivo policial com certeza ajudaria, mas procuramos fazer o melhor em parceria com a Polícia Militar local, o que levou à rápida apreensão dos envolvidos nos dois casos", avalia o delegado. "Para se ter uma ideia do nosso trabalho, prendemos sete traficantes de setembro do ano passado até agora por meio de investigações e inquéritos complexos que não são resultados de denúncias anônimas", defende. Ele não soube informar o que teria ocasionado a desativação da delegacia de Figueira. 



Segundo o delegado, nas duas ocorrências em postos de gasolina, todos os suspeitos já foram apreendidos, dentre eles um adolescente de 15 anos. No caso da ação de vandalismo nos carros, nenhum boletim de ocorrência teria sido formalizado sobre o caso. 



POR MAIS EFETIVO POLICIAL
Temendo pelo aumento do número de ocorrências policiais na cidade devido ao início da reforma e ampliação da Termelétrica de Figueira, que deve atrair mais pessoas de fora da cidade, a secretária de Administração Cássia Silvana Lázaro, da Prefeitura Municipal de Figueira, disse que uma solicitação formal foi feita no mês de maio ao governo do Estado, para o aumento do efetivo da PM na cidade. "No dia 11 de agosto recebemos a informação de que o nosso pedido foi negado e estamos atualmente realizando reuniões na Câmara com a população e a Polícia Militar para buscar alternativas para tentar melhorar a segurança na cidade", alega. 



O sargento Nelson Miranda de Melo, responsável da PM pela segurança local, avalia que as ocorrências na cidade ainda estão dentro "de padrões de normalidade" para o porte do município. "Os casos mais graves ainda são pontuais. De qualquer forma, o número maior no efetivo ajudaria na segurança", concorda. Segundo ele, o prédio da antiga delegacia em breve será reformado para ocupação do destacamento da PM, que hoje utiliza uma sala cedida pela prefeitura. 



Sobre a possibilidade do aumento do efetivo policial, ele citou declaração do governador Beto Richa, no último dia 19, durante a inauguração da nova Estrada da Campina, em Telêmaco Borba, de que até dezembro a 3ª Companhia Independente da Polícia Militar, localizada no município, será elevada ao 26º Batalhão da PM, que irá atender dez municípios da região, o que quintuplicaria o efetivo atual, que não foi informado por questões de segurança. 



Até o fechamento da edição, a Assessoria de Imprensa da Polícia Civil do Paraná não soube informar o que teria ocasionado o fechamento da delegacia de Figueira e quais os critérios utilizados para que isso ocorra. 




Ana Paula Nascimento
Reportagem Local FolhaWeb

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