Richa diz que polícia vai coibir abusos em manifestações
O governador Beto Richa afirmou, em entrevista coletiva no Palácio Iguaçu, na manhã deste sábado (22), que as polícias Civil e Militar estão trabalhando para identificar os responsáveis pela depredação e será firme na proteção dos cidadãos, do patrimônio e serviços da comunidade.
Manifestação na região do Centro Cívico, em Curitiba, na sexta-feira à noite, terminou em vandalismo, quebra-quebra de estações-tubo, orelhões, lixeiras, placas e saques ao comércio, bancos e prédios públicos.
"Lamento que a maioria dos manifestantes, que tem o foco de mudar o Brasil com diálogo, de forma pacífica e democrática, tenha sido usada por uma minoria que tem outros objetivos", disse Richa.
Antes da coletiva, o governador se reuniu com a cúpula da Segurança Pública para avaliar a situação.
O governador afirmou que a polícia paranaense vai coibir, firmemente, os crimes e abusos. "Vimos ontem cenas chocantes, de selvageria. Não vamos permitir que criminosos e bandidos infiltrados em qualquer movimento possam fazer o quebra-quebra que assistimos ontem, com depredação de patrimônio público e privado", afirmou o governador.
Na noite de sexta-feira (21), aproximadamente 15 mil pessoas se reuniram para uma grande manifestação no centro de Curitiba. Dessas, grande parte se concentrou em frente ao Palácio Iguaçu e, no fim da noite, um grupo de 200 pessoas, segundo a Polícia Militar, começou a promover ataques contra a polícia, depredação de patrimônio público e saques a comércios na Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico.
"A polícia agiu com competência e equilíbrio, sem excessos. Estamos em alerta para coibir badernas e vandalismo", disse o governador. Richa pediu celeridade no trabalho de identificação de outros criminosos.
O secretário da Segurança Pública, Cid Vasques, destacou que a estratégia de ação da polícia nas manifestações que vem ocorrendo na capital é discutida em reuniões periódicas na Secretaria da Segurança Pública. "A orientação é reprimir com rigor qualquer tipo de atividade criminosa, com uso proporcional da força, resistência passiva, tolerância, prisão e identificação de qualquer ato de vandalismo", disse ele.
A partir da identificação de outras pessoas envolvidas nos atos de vandalismo, mais pessoas podem ser presas, de acordo com o secretário da Segurança Pública. Nas próximas horas, será disponibilizado um link no site oficial da Polícia Civil (www.policiacivil.pr.gov.br) para que pessoas que participaram da manifestação e registraram ações criminosas possam contribuir com o trabalho de identificação.
BALANÇO - A Polícia Militar registrou três policiais feridos, cinco bombas caseiras lançadas contra as forças policiais e 28 pessoas detidas. Dessas, 14 foram presas e oito adolescentes apreendidos. Seis pessoas foram liberadas ainda no local da ocorrência.
"É importante destacar que a PM só agiu a partir do lançamento de bombas caseiras, que atingiram os policiais", declarou o comandante da PM, coronel Roberson Luiz Bondaruk.
A Polícia Civil está colhendo depoimentos de testemunhas e acionou o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). "Esses marginais estão sendo investigados por formação de quadrilha. São grupos organizados para a prática de crimes, inclusive furtos", completou o delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius da Costa Michelotto
Laudo emitido nesta sexta-feira (21) pelo Instituto de Criminalística do Paraná aponta que a causa mais provável para um vidro estilhaçado no terceiro andar do Palácio Iguaçu, próximo aos elevadores, tenha sido o disparo de uma arma de fogo, de uma distância aproximada de 20 metros entre o disparo e o ponto atingido. O disparo não chegou a atravessar a parte interna da janela. O dano foi causado na primeira manifestação realizada em Curitiba, na última segunda-feira.
Agência Estadual de Notícias
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