Secretário de Segurança do Rio quer 'vândalos' presos
O secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, reclamou, nesta sexta-feira, 21, da pequena quantidade de vândalos presos em flagrante durante a manifestação que deixou um rastro de destruição no Centro do Rio, na noite de quinta-feira, 20. Segundo a Polícia Civil, apenas oito pessoas foram presas. Foi o quarto, e também o maior, protesto realizado até agora na capital, com um número de participantes estimado em 300 mil pessoas. "Há que se prender mais pessoas. Mas na lei a prisão tem de cumprir alguns requisitos", disse Beltrame, em sua primeira aparição pública desde o início dos protestos na cidade, há oito dias.
Questionado por um repórter sobre se o Setor de Inteligência da Secretaria de Segurança já identificou quem pertence à "minoria de vândalos" que estão se infiltrando nas manifestações pacíficas, e o que eles querem, Beltrame questionou o uso da palavra "minoria": "A expressão minoria... não sei se produziria o Rio que amanheceu hoje. Nosso trabalho é identificar essas pessoas. Para sairmos do campo da inteligência para o da materialidade, precisamos daquilo que se chama prova. Essa é nossa grande luta".
Beltrame defendeu o trabalho realizado pela Inteligência da Secretaria, apesar dos constantes prejuízos causados pelos manifestantes durante os protestos. "Nessa quinta tivemos situações que não conseguimos controlar. Mas controlamos outras coisas que poderiam assumir proporções piores, como o que ocorreu na Alerj (na última segunda-feira, 17). Ontem a Inteligência identificou quatro cenários possíveis (de protestos). Tivemos de colocar policiamento em vários locais", disse o secretário. "Não posso dizer exatamente o que a Inteligência está fazendo ou vai fazer, senão deixa de ser Inteligência. Mas estamos fazendo pesquisas de campo e trocando informações com outras agências. É difícil fazer prisões antecipadamente. Normalmente são prisões em flagrante que depois precisam ser confirmadas pelo Judiciário".
Ações futuras
Beltrame disse ainda que não é possível garantir que novas cenas de depredação do patrimônio público voltem a ocorrer. "Não há como dizer que não vai mais nada acontecer. É leviano. Hoje vamos nos reunir para planejar as ações futuras". Ele prometeu que serão investigadas denúncias de excesso por parte da Polícia Militar nas manifestações. "Uma vez identificada a ação, obviamente passará por um apuratório se houve excesso. Ontem tivemos uma situação bastante complexa, que não é boa para ninguém. Nem para os manifestantes nem para o policial que está na ponta".
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Erir Costa Filho, afirmou que a corporação faz um plano de segurança diferente para cada nova mobilização. "A PM se planeja para cada novo evento. O planejamento é dinâmico", explicou o oficial, que negou qualquer confirmação de que havia manifestantes armados ou traficantes misturados em meio à multidão na quinta-feira. O coronel defendeu a postura da polícia, dizendo que a imprensa já mostrou manifestantes brigando entre si e que muitos dos feridos não foram atingidos pela polícia.
Chefe do Estado Maior Operacional da PM, o coronel Alberto Pinheiro Neto também defendeu a atuação da tropa de choque. "Ontem estávamos diante de uma situação grave em que vândalos depredavam o Centro da cidade. Era urgente isolá-los e dispersá-los. E para isso precisamos utilizar bombas de gás lacrimogêneo e de pimenta. Gostaria de fazer uma sugestão à população. Se você quer se manifestar pacificamente contra o que acha injusto, por que vai se esconder? Não use máscara. Evite levar mochilas e mantenha distância dos vândalos".
Alerj
A chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, disse que dos oito presos, três eram menores. Foram acusados de furto qualificado (saques) e dano ao patrimônio público (com artefatos explosivos caseiros). Segundo ela, dois homens que participaram da depredação da Assembleia Legislativa (Alerj) na segunda-feira, 17, já foram identificados.
"O primeiro estava na escadaria e no cenário de agressão ao PM (que estava caído no chão e precisou ser socorrido por colegas para não ser linchado). O segundo tentou entrar na Alerj pela janela. Pedimos a prisão da dupla na noite de terça-feira, no plantão judiciário, mas a Justiça não concedeu a prisão. O caso voltou à 5ª Delegacia. Juntamos ao inquérito um laudo pericial constatando que o invasor era o homem que já havia sido identificado. Pedimos novamente a prisão no plantão judiciário seguinte, e conseguimos. Sabemos que ele é de Itaboraí (na Região Metropolitana) e tem passagem pela polícia por agressão a guardas municipais. Ele está foragido".
Questionado por um repórter sobre se o Setor de Inteligência da Secretaria de Segurança já identificou quem pertence à "minoria de vândalos" que estão se infiltrando nas manifestações pacíficas, e o que eles querem, Beltrame questionou o uso da palavra "minoria": "A expressão minoria... não sei se produziria o Rio que amanheceu hoje. Nosso trabalho é identificar essas pessoas. Para sairmos do campo da inteligência para o da materialidade, precisamos daquilo que se chama prova. Essa é nossa grande luta".
Beltrame defendeu o trabalho realizado pela Inteligência da Secretaria, apesar dos constantes prejuízos causados pelos manifestantes durante os protestos. "Nessa quinta tivemos situações que não conseguimos controlar. Mas controlamos outras coisas que poderiam assumir proporções piores, como o que ocorreu na Alerj (na última segunda-feira, 17). Ontem a Inteligência identificou quatro cenários possíveis (de protestos). Tivemos de colocar policiamento em vários locais", disse o secretário. "Não posso dizer exatamente o que a Inteligência está fazendo ou vai fazer, senão deixa de ser Inteligência. Mas estamos fazendo pesquisas de campo e trocando informações com outras agências. É difícil fazer prisões antecipadamente. Normalmente são prisões em flagrante que depois precisam ser confirmadas pelo Judiciário".
Ações futuras
Beltrame disse ainda que não é possível garantir que novas cenas de depredação do patrimônio público voltem a ocorrer. "Não há como dizer que não vai mais nada acontecer. É leviano. Hoje vamos nos reunir para planejar as ações futuras". Ele prometeu que serão investigadas denúncias de excesso por parte da Polícia Militar nas manifestações. "Uma vez identificada a ação, obviamente passará por um apuratório se houve excesso. Ontem tivemos uma situação bastante complexa, que não é boa para ninguém. Nem para os manifestantes nem para o policial que está na ponta".
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Erir Costa Filho, afirmou que a corporação faz um plano de segurança diferente para cada nova mobilização. "A PM se planeja para cada novo evento. O planejamento é dinâmico", explicou o oficial, que negou qualquer confirmação de que havia manifestantes armados ou traficantes misturados em meio à multidão na quinta-feira. O coronel defendeu a postura da polícia, dizendo que a imprensa já mostrou manifestantes brigando entre si e que muitos dos feridos não foram atingidos pela polícia.
Chefe do Estado Maior Operacional da PM, o coronel Alberto Pinheiro Neto também defendeu a atuação da tropa de choque. "Ontem estávamos diante de uma situação grave em que vândalos depredavam o Centro da cidade. Era urgente isolá-los e dispersá-los. E para isso precisamos utilizar bombas de gás lacrimogêneo e de pimenta. Gostaria de fazer uma sugestão à população. Se você quer se manifestar pacificamente contra o que acha injusto, por que vai se esconder? Não use máscara. Evite levar mochilas e mantenha distância dos vândalos".
Alerj
A chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, disse que dos oito presos, três eram menores. Foram acusados de furto qualificado (saques) e dano ao patrimônio público (com artefatos explosivos caseiros). Segundo ela, dois homens que participaram da depredação da Assembleia Legislativa (Alerj) na segunda-feira, 17, já foram identificados.
"O primeiro estava na escadaria e no cenário de agressão ao PM (que estava caído no chão e precisou ser socorrido por colegas para não ser linchado). O segundo tentou entrar na Alerj pela janela. Pedimos a prisão da dupla na noite de terça-feira, no plantão judiciário, mas a Justiça não concedeu a prisão. O caso voltou à 5ª Delegacia. Juntamos ao inquérito um laudo pericial constatando que o invasor era o homem que já havia sido identificado. Pedimos novamente a prisão no plantão judiciário seguinte, e conseguimos. Sabemos que ele é de Itaboraí (na Região Metropolitana) e tem passagem pela polícia por agressão a guardas municipais. Ele está foragido".
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