google.com, pub-7850997522645995, DIRECT, f08c47fec0942fa0 DENGUE - Estado teme epidemia com casos mais graves - Tribuna da Serra

DENGUE - Estado teme epidemia com casos mais graves


A dengue faz parte do cotidiano de muitos municípios do Paraná há vários anos, especialmente nos meses do verão, quando as altas temperaturas e as chuvas facilitam a proliferação de focos do mosquito transmissor. O último período epidemiológico, entre agosto de 2012 e julho de 2013, foi o pior dos últimos anos, com 54.716 casos confirmados – 147 com complicações e 82 com quadro de febre hemorrágica – e 23 mortes. 

Para o período 2013/2014, existe um complicador: a circulação no Paraná do vírus tipo 4 da dengue, identificado no último período e que nunca havia sido registrado no Estado. A "novidade" abre caminho para um grande número de recontaminações – condição que pode evoluir para casos mais graves da doença. Gestores públicos alegam que estão desenvolvendo ações para impedir que a epidemia do último período se repita ou que haja um quadro ainda pior. 

Em uma reunião no final de agosto, o Comitê Gestor Intersetorial de Controle da Dengue, composto por representantes de diferentes órgãos públicos e entidades da sociedade civil organizada, definiu três ações principais para o atual período, que começou no mês retrasado e vai até julho de 2014: supervisão de municípios com infestação para orientação aos gestores municipais sobre medidas corretivas no trabalho de controle da dengue; ação integrada com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente para evitar acúmulo de materiais recicláveis, que representam mais de 50% dos criadouros do mosquito; e medidas de responsabilização, com eventuais processos administrativos e denúncias ao Ministério Público (MP), dos proprietários de imóveis que contenham focos de dengue. 

Ronaldo Trevisan, coordenador da Sala de Situação da Dengue da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), explica que uma amostragem de isolamento viral de casos de dengue mostrou que no período entre agosto de 2012 e julho de 2013 circularam no Paraná os vírus dos tipos 1 e 4, com ampla predominância do primeiro. Não houve isolamento dos tipos 2 e 3 nesse período, mas ambos já tiveram circulação no Paraná em anos anteriores. 

Não existe diferença na doença conforme o tipo de vírus. Quando uma pessoa é contaminada por um tipo, ela se torna imune a ele. Entretanto, se ela for infectada posteriormente por outro tipo, o risco de complicações como a dengue hemorrágica é maior. 

"Se houver no atual período uma epidemia do tipo 4, pelo fato de a população estar mais sensível a ele por não ter imunidade, e por já ter havido circulação dos tipos 1, 2 e 3, o risco de casos graves é grande", diz o coordenador. 

O arte-finalista Emerson Lirola Brambila, de 21 anos, foi uma das vítimas da dengue no último período epidemiológico. Morador de Londrina, ele teve um quadro clínico com complicações e ficou internado no Hospital da Zona Sul por três dias em abril. "Tive que ser hospitalizado porque minha imunidade caiu muito rápido", relata. 

Ele suspeita que foi contaminado em um cemitério, onde foi visitar o túmulo do avô, ou na casa da avó (que estava com dengue) da sua namorada. Brambila foi aos dois locais em um domingo e no dia seguinte já sentiu dores no corpo. No posto de saúde, foi informado de que estava com gripe e orientado a comprar remédios e voltar para casa. Na terça-feira, como os sintomas pioravam, voltou ao posto e o teste do laço provou que o arte-finalista estava com dengue. Com vômitos, febre alta e dores por todo o corpo, foi internado na quinta-feira. "Até hoje estou com a imunidade baixa. Estou fazendo atividade física para ver se melhoro", afirma. Ele aponta que foi a primeira vez que teve dengue. 

Clima 

Samuel Braun, meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar, que monitora o clima paranaense, diz que a tendência é que o próximo verão seja de muita chuva em todo o Estado. "Sem atuação de fenômenos de grande escala, sem El Niño ou La Niña, deve ser um verão muito chuvoso, como é normal. Em comparação ao ano passado, talvez um pouco menos, mas mesmo assim os valores médios devem ser altos", explica. "Não vai faltar água para o mosquito da dengue se desenvolver."

FolhaWeb

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