Computador transforma o aprendizado de alunos em São Jerônimo da Serra
Em São Jerônimo da Serra, programa Um Computador por Aluno (UCA) foi implantado na única escola da zona rural
"Eles também têm que aprender que a internet tem o lado bom e ruim", salienta o professor Antônio Mota, revelando que não há restrição de conteúdo nos notebooks
Fabiana Costa: "Quando eu queria pesquisar alguma coisa na internet, tinha que vir até a escola e ainda ter um professor de informática o tempo todo ao meu lado"
"Eu não sabia mexer e tenho aprendido com minha filha. É muito bom ver ela empolgada com o computador. Ela fica fascinada com cada descoberta", revela Elena dos Santos, mãe de aluna
No distrito de Terra Nova, distante 20 quilômetros de São Jerônimo da Serra (Norte Pioneiro), a tecnologia vem transformando a vida de 354 alunos da única escola presente no pequeno vilarejo, onde a infraestrutura básica ainda deixa a desejar.
Enquanto o acesso a Terra Nova ainda é dificultado pela estrada de chão, a segurança é comprometida pela falta de policiamento e a iluminação pública é insuficiente para atender todas as residências, o Colégio Estadual do Campo São Jorge tem orgulho em dizer que cada aluno possui um notebook como aliado do conhecimento. A única escola rural da cidade foi incluída no programa Um Computador por Aluno (UCA), que hoje beneficia mais de cinco mil alunos do Paraná.
Nas carteiras da sala de aula, os livros e cadernos dividem espaço com o equipamento, que apesar de ainda ser novidade para a maioria dos quatro mil habitantes, já faz parte há três anos da rotina dos estudantes. Com isso, o uso da tecnologia que antes era limitado ao laboratório de informática, agora acompanha os alunos em qualquer lugar e desperta a curiosidade daqueles que nunca sequer havia visto um computador de perto.
"Eu não sabia mexer e tenho aprendido com minha filha. É muito bom ver ela empolgada com o computador. Ela fica fascinada com cada descoberta e está mais esperta, pois agora está por dentro de todas as notícias de última hora e eu também", diz Elena Ribeiro dos Santos, mãe da aluna Luana, do 7º ano.
Em sala de aula, cada professor traça um plano pedagógico para o uso do equipamento sem deixar o livro de lado. Segundo o professor de História Antônio César Mota, o notebook não tem bloqueio para acesso a conteúdos proibidos. "Eles também têm que aprender que a internet tem o lado bom e ruim. Isso gerou uma longa discussão no início, mas hoje posso afirmar que não temos nenhum problema nesse sentido", ressalta.
A sensação de estar por dentro das novidades e ter o mundo a um clique, tornou a sala de aula mais interessante para os estudantes, como afirma Fabiana Braga Costa, do 3º ano do ensino médio. "Com um computador em mãos, o acesso a tudo ficou muito mais fácil para nós. Hoje, eu sei mexer nele e ainda aproveito para ensinar meu marido e meu filho em casa. Foi uma grande novidade", diz Fabiana, que mora em um sítio e tinha muita dificuldade em manusear o computador no laboratório. "Quando eu queria pesquisar alguma coisa na internet, tinha que vir até a escola e ainda ter um professor de informática o tempo todo ao meu lado", completa.
Quando os equipamentos chegaram ao colégio, os 33 educadores foram capacitados por um professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O próximo passo foi repassar o aprendizado em sala de aula, mas não foi uma tarefa fácil. "Tive muita dificuldade para aprender a acessar os sites e para digitar. Se não fosse a escola, talvez eu ainda nem tivesse mexido em um computador. Agora, eu percebo o quanto ele é importante para meu aprendizado. Me sinto privilegiada em poder ter um notebook para estudar", declara Silvone Aparecida Roque Oliveira, de 32 anos, aluna do 3º ano.
Silvone interrompeu os estudos devido ao casamento, mas se motivou a voltar para a sala de aula quando matriculou o filho. A família mora a 11 quilômetros da escola e depende do transporte rural. Quando não é possível chegar ao colégio, Silvone estuda o conteúdo da internet, salvo no arquivo do notebook.
Para Nathália Cristina de Lima, do 7º ano, a escola tem outra sensação após a vinda dos computadores. "Todo mundo anda com o próprio computador, fazendo pesquisa, escutando música e trocando mensagens pela internet. Além de eu poder ler de tudo e com mais rapidez, não preciso mais vir a escola para estudar. Basta ligar o computador", comemora.
"Não sei qual foi o critério que possibilitou nossa escola a participar do programa, mas só tenho a agradecer. Apesar de estarmos distantes, afastados, tenho o orgulho em saber que os alunos estão tendo a mesma oportunidade daqueles que estão em regiões mais privilegiadas", comenta o diretor Jorge Lucio Correa Batista.
Fundada em 1975, a escola ainda convive com a baixa frequência de alunos em dias de chuva e a falta de mais funcionários de serviços gerais, mas está entre as 17 escolas do Paraná, beneficiadas pelo programa desde 2010. Ao todo, 408 professores e 5.458 estudantes em todo Estado receberam um computador, que só é devolvido quando o aluno ou professor deixa de frequentar a escola.
Enquanto o acesso a Terra Nova ainda é dificultado pela estrada de chão, a segurança é comprometida pela falta de policiamento e a iluminação pública é insuficiente para atender todas as residências, o Colégio Estadual do Campo São Jorge tem orgulho em dizer que cada aluno possui um notebook como aliado do conhecimento. A única escola rural da cidade foi incluída no programa Um Computador por Aluno (UCA), que hoje beneficia mais de cinco mil alunos do Paraná.
Nas carteiras da sala de aula, os livros e cadernos dividem espaço com o equipamento, que apesar de ainda ser novidade para a maioria dos quatro mil habitantes, já faz parte há três anos da rotina dos estudantes. Com isso, o uso da tecnologia que antes era limitado ao laboratório de informática, agora acompanha os alunos em qualquer lugar e desperta a curiosidade daqueles que nunca sequer havia visto um computador de perto.
"Eu não sabia mexer e tenho aprendido com minha filha. É muito bom ver ela empolgada com o computador. Ela fica fascinada com cada descoberta e está mais esperta, pois agora está por dentro de todas as notícias de última hora e eu também", diz Elena Ribeiro dos Santos, mãe da aluna Luana, do 7º ano.
Em sala de aula, cada professor traça um plano pedagógico para o uso do equipamento sem deixar o livro de lado. Segundo o professor de História Antônio César Mota, o notebook não tem bloqueio para acesso a conteúdos proibidos. "Eles também têm que aprender que a internet tem o lado bom e ruim. Isso gerou uma longa discussão no início, mas hoje posso afirmar que não temos nenhum problema nesse sentido", ressalta.
A sensação de estar por dentro das novidades e ter o mundo a um clique, tornou a sala de aula mais interessante para os estudantes, como afirma Fabiana Braga Costa, do 3º ano do ensino médio. "Com um computador em mãos, o acesso a tudo ficou muito mais fácil para nós. Hoje, eu sei mexer nele e ainda aproveito para ensinar meu marido e meu filho em casa. Foi uma grande novidade", diz Fabiana, que mora em um sítio e tinha muita dificuldade em manusear o computador no laboratório. "Quando eu queria pesquisar alguma coisa na internet, tinha que vir até a escola e ainda ter um professor de informática o tempo todo ao meu lado", completa.
Quando os equipamentos chegaram ao colégio, os 33 educadores foram capacitados por um professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O próximo passo foi repassar o aprendizado em sala de aula, mas não foi uma tarefa fácil. "Tive muita dificuldade para aprender a acessar os sites e para digitar. Se não fosse a escola, talvez eu ainda nem tivesse mexido em um computador. Agora, eu percebo o quanto ele é importante para meu aprendizado. Me sinto privilegiada em poder ter um notebook para estudar", declara Silvone Aparecida Roque Oliveira, de 32 anos, aluna do 3º ano.
Silvone interrompeu os estudos devido ao casamento, mas se motivou a voltar para a sala de aula quando matriculou o filho. A família mora a 11 quilômetros da escola e depende do transporte rural. Quando não é possível chegar ao colégio, Silvone estuda o conteúdo da internet, salvo no arquivo do notebook.
Para Nathália Cristina de Lima, do 7º ano, a escola tem outra sensação após a vinda dos computadores. "Todo mundo anda com o próprio computador, fazendo pesquisa, escutando música e trocando mensagens pela internet. Além de eu poder ler de tudo e com mais rapidez, não preciso mais vir a escola para estudar. Basta ligar o computador", comemora.
"Não sei qual foi o critério que possibilitou nossa escola a participar do programa, mas só tenho a agradecer. Apesar de estarmos distantes, afastados, tenho o orgulho em saber que os alunos estão tendo a mesma oportunidade daqueles que estão em regiões mais privilegiadas", comenta o diretor Jorge Lucio Correa Batista.
Fundada em 1975, a escola ainda convive com a baixa frequência de alunos em dias de chuva e a falta de mais funcionários de serviços gerais, mas está entre as 17 escolas do Paraná, beneficiadas pelo programa desde 2010. Ao todo, 408 professores e 5.458 estudantes em todo Estado receberam um computador, que só é devolvido quando o aluno ou professor deixa de frequentar a escola.
Micaela Orikasa Folhaweb
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