Gleisi diz que PR não cumpre metas; Stephanes pede diálogo
Sob o argumento que o Paraná tem pendências que impedem a liberação de empréstimos, e negando "jogo político" no bloqueio feito pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a ministra Gleisi Hoffmann (chefe da Casa Civil da República) respondeu ontem a carta enviada para Brasília em junho por sete entidades do setor produtivo do Estado. Apelidadas de "G7" pelo Palácio Iguaçu, Fecomércio, Fecoopar, Faep, Faciap, Fetranspar, ACP e Fiep pediam mais "sensibilidade" do governo federal.
Filiada ao PT e cotada para ser a opositora de Beto Richa (PSDB) na sua tentativa de reeleição ao Palácio Iguaçu em 2014, Gleisi disse que o Paraná não comprovou os gastos mínimos em Saúde e Educação. Também reforçou que desde 2011 o Estado gasta mais que o permitido com o funcionalismo público. "Com relação às transferências da União ao Paraná, a União não pode ser responsabilizada por perdas na arrecadação do Estado, pois o volume de transferências cresceu em termos reais e nominais", argumenta Gleisi. Dados da Casa Civil mostram que o Paraná recebeu, descontada a inflação, R$ 4,4 bi em 2012, R$ 4,1 bi em 2011 e R$ 3,8 bi em 2010.
O G7 esteve reunido com Beto antes de despachar para Brasília o documento, em que as entidades endossam os argumentos usados pelo governo do Paraná (inclusive o da queda de recursos). As entidades pediam para a União "afrouxar" a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), autorizando que as despesas com os servidores públicos inativos (aposentados e pensionistas) e os salários de quem trabalha nas universidades estaduais fossem "excluídos" do cálculo de gastos com pessoal.
A resposta da STN foi devolver para o governo do Paraná, na semana passada, a planilha enviada pela equipe financeira de Beto. A Secretaria do Tesouro Nacional faz questão da inclusão dos inativos, alegando que não existem exceções às regras impostas pela LRF. A superação dessa questão implica na liberação de R$ 3,5 bilhões em financiamentos nacionais e internacionais. "A ministra tem que sair da defensiva e ajudar o Estado a resolver a situação", comentou ontem o chefe da Casa Civil de Beto Richa, Reinhold Stephanes (PSD).
Os argumentos de Gleisi não demoveram Stephanes de continuar usando os argumentos citados na carta do G7. "A grande perda de recursos acontece em 2013 e isso é absolutamente real, inquestionável", declarou Stephanes. Ele considera que a queda nas transferências da União e a liberação dos empréstimos pedidos pelo governo paranaense "têm solução", desde que haja abertura para o diálogo. "Quando há boa vontade, sempre há espaço para que os problemas se resolvam", disse Reinhold Stephanes, em nota oficial.
FohaWeb
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