Ato pró-impeachment tem baixa adesão em todo o País
"Começamos com um número pequeno de 250 pessoas, mas o grupo foi aumentando até chegar a cinco mil", contabilizou André Elias, do Movimento Viva Londrina. "O balanço é positivo, hoje foi só um aquecimento para a megamanifestação do dia 13 de março, quando vamos reunir 50 mil pessoas, como aconteceu em março e agosto", disse ontem ao final da versão londrinense da manifestação a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em Londrina, o protesto de ontem, realizado no início da tarde, seguiu o mesmo trajeto das duas manifestações anteriores, saindo da rotatória das avenidas JK e Higienópolis e chegando até a Praça da Bandeira. O trajeto sem incidentes durou cerca de uma hora. Para a Polícia Militar, o número de participantes foi de cerca de 350 pessoas. Vestidos em sua maioria de verde e amarelo, os manifestantes foram acompanhados por um ônibus transformado em carro de som, no qual os organizadores puxavam o coro das palavras de ordem que ecoaram por todo o Brasil neste domingo em protestos similares.
O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB) também marcou presença na manifestação em Londrina. "Estive na primeira manifestação em Curitiba, nas outras duas em Londrina e em Brasília todos os dias. É determinante a participação do povo não só nas ruas como nas escolas, nas igrejas, nas casas, na família. Que se cumpra a vontade da população", analisou o deputado, que passou boa parte da caminhada atendendo pedidos de fotos.
Comprados pela Internet há cerca de dois meses, os dois Pixulecos (réplicas em tamanho menor do boneco inflável do ex-presidente Lula vestido de presidiário) de Carlos Eduardo da Costa e Eunice Vieira foram estrelas do protesto de ontem com muitas fotos e selfies. "Participamos das manifestações desde o início, somos cidadãos conscientes. Se não tiver mobilização, dificilmente passa (o impeachment)", disse o bancário aposentado.
Apesar da grande Bandeira Imperial do Brasil que empunhava durante a caminhada, o advogado Eduardo Lebbos Tozzini contou que estava ali "como cidadão, como todos que estão aqui, contra o governo". "Toda e qualquer revolução parte do povo", lembrou o advogado. Acompanhado da família e de amigos, o professor Charles Vezozzo também marcou sua participação na manifestação com a calopsita Mel em seu ombro. "É um protesto pacífico. O povo brasileiro é um povo trabalhador, não merece o que estamos passando. Mas não podemos ficar parados."
NO PAÍS
Em Curitiba o ato pelo impeachment da presidente Dilma teve dois personagens como tema dos gritos de ordem: o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato, aclamado como herói, e o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Edson Fachin, como vilão.
Segundo estimativas da Polícia Militar, cerca de 7 mil pessoas compareceram à manifestação. A organização, feita por três movimentos - Curitiba contra a Corrupção, Movimento Brasil Livre e Marcha com Deus pela família e pela liberdade - contabilizou 20 mil manifestantes.
O baixo número de manifestantes foi registrado em praticamente todo o país. Nas grandes capitais como Rio e Brasília, os participantes não chegaram a um quarto do registrado nos atos de agosto. Brasília reuniu 6 mil manifestantes neste domingo, contra 25 mil no protesto anterior, segundo estimativas da Polícia Militar. No Rio apenas 5 mil foram à orla de Copacabana, contra 100 mil anteriormente, segundo organizadores.
Os organizadores dos protestos, como o Movimento Brasil Livre e o Vem pra Rua, afirmaram que a adesão menor já era esperada, uma vez que se trata da retomada do movimento de rua pró-impeachment. Também classificaram o movimento como um "aquecimento" para protestos maiores no ano que vem. (Com agências)
Karla Matida
Reportagem LocalFolhaWeb
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