DEVASTAÇÃO - Prefeito de Santa Mariana decretará estado de emergência
O prefeito de Santa Mariana, Jorge Rodrigues Neves, disse que pretende decretar estado de emergência nos próximos dias. Ontem, a prioridade era percorrer o município, avaliando os estragos e vendo quais eram as necessidades emergenciais da população.
Segundo o prefeito, por pouco não aconteceu uma tragédia na tarde de quarta-feira. "Havia crianças nas escolas e centros municipais de educação infantil atingidos pelos granizos. Os telhados desses locais ficaram destruídos", aponta.
"Os pacientes do hospital local foram encaminhados para Bandeirantes, assim como todos os presos da delegacia do município", acrescenta. Até o fechamento da reportagem, a Defesa Civil havia inspecionado 30% das casas e constatou que 300 delas estavam sem condições de moradia.
O chefe do escritório regional da Secretarial Estadual de Trabalho e Desenvolvimento Social, André Luiz Lievore, percorreu ontem todo o trecho para elaborar um relatório para a secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa. "Mais da metade da população de Santa Mariana está com problemas", destacou. Santa Mariana possui 13 mil habitantes.
O chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura, Ubirajara Nicolau Fraiz, ressaltou que o prejuízo não ficou restrito à área urbana. "Os cafezais e milharais da região foram todos atingidos. Os pés de café já estavam com frutos e foram muito danificados. Os milharais também ficaram tombados pela chuva e pelo vento", apontou.
FILA
Na prefeitura, uma fila se formou para receber as lonas. Servidores de diversos setores ajudaram a coletar os nomes das pessoas que receberam o material. Uma das pessoas que procurou o material foi a doméstica Maria Laurinda Pereira, de 60 anos. Ela, que já enfrentava dificuldades em função da crise econômica, agora precisa enfrentar o revés de perder tudo o que possuía. Ela estava vestindo uma bermuda cedida pelo marido, já que a chuva carregou todas as suas roupas. "Perdi tudo. Televisão, geladeira, móveis. Não sei o que vou fazer da minha vida."
Outra pessoa que estava em busca de lonas era a funcionária de uma lanchonete, Iracema Camargo, de 42. Ela relata que teve de se abrigar no guarda-roupa do quarto para não ser atingida pelos granizos. "Foi uma sensação horrível. Parecia que o mundo ia acabar; nunca fiquei com tanto medo na minha vida", declarou. Os dez metros de lona que conseguiu na prefeitura são insuficientes para cobrir a sua casa, lamentou.
A empresária Keila Marcini, 43, também foi à prefeitura em busca de lonas. Ela teve a casa, o restaurante e uma loja destruídas pelo temporal de granizos. "Os vidros do restaurante foram todos destruídos. O gelo atingiu mais de 40 centímetros de altura."
"Além das lonas fornecidas pelos bombeiros de Bandeirantes, a Defesa Civil de Londrina cedeu 3,1 mil telhas para a cidade", relata o prefeito.
ÁRVORES CAÍDAS
Em Cornélio Procópio a chuva também causou estragos. Em várias ruas foi possível ver árvores caídas. Boa parte delas atingiu o Jardim Progresso e Centro. Em dois postos de combustíveis, o vento foi tão forte que destruiu a cobertura. A proprietária do Posto 15, Zuleika Soares Fogari, relata que estava no escritório quando tudo aconteceu. "Segundo os meus funcionários, foi um vento muito forte, semelhante a um redemoinho. Quando saí do escritório, já estava tudo destruído", destaca. A destruição a obrigou a suspender o atendimento. "A seguradora terá de vir aqui para avaliar os prejuízos", declara.
Vítor Ogawa
Reportagem Local FolhaWeb
Reportagem Local FolhaWeb
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