google.com, pub-7850997522645995, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Padre Haruo Sasaki exemplo de luta e dedicação - Tribuna da Serra

Padre Haruo Sasaki exemplo de luta e dedicação


A Casa Familiar Rural de Sapopema foi criada em 1995 por iniciativa do padre japonês Haruo Sasaki, que chegou ao Brasil em 1958, aos 28 anos de idade, e se instalou no Norte do Paraná com a missão de evangelizar imigrantes nipônicos que aqui trabalhavam. Mas o padre foi além de sua função sacerdotal. Ao perceber um grande número de casos de hanseníase que não eram tratados em São Jerônimo da Serra, decidiu trabalhar pela saúde e fundou, em 1977, a Associação Filantrópica Humanitas. Os recursos para a criação da entidade foram doados pela comunidade do Norte Pioneiro e por pessoas de outros países, como Japão e Alemanha, sensibilizados com os pedidos feitos diretamente pelo padre. Desde então, milhares de pessoas já foram atendidas pela associação. 
Em janeiro de 2013, quando a Casa Familiar Rural de Sapopema foi incendiada, novamente o padre Sasaki, aos 83 anos, arregaçou as mangas e saiu em busca de recursos para a reconstrução do prédio. Dos cerca de R$ 1,6 milhão investidos na obra, R$ 1,3 milhão foram doações de empresas privadas e da comunidade. 
A instituição é uma das 40 em atividade no Paraná. Entre 1995 e 2005, a formação oferecida pela Casa Familiar Rural de Sapopema era o Curso de Qualificação em Agricultura e o ensino fundamental supletivo. A partir de 2006, a Secretaria de Estado da Educação aprovou a implantação gradativa do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao ensino médio e reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação do Paraná.

Mesmo com um novo prédio, a Casa Familiar Rural de Sapopema ainda enfrenta dificuldades. Segundo a diretora, Patrícia de Souza, a escola é carente de profissionais, como monitores, pessoal para limpeza e manutenção. Os recursos também estão escassos. Os professores responsáveis pelas disciplinas da Base Nacional Comum Curricular são vinculados à Secretaria de Estado da Educação (Seed). Já os cinco funcionários da escola são contratados pela Associação Regional das Casas Familiares Rurais do Sul do Brasil (Arcafar Sul), que mantém convênio com a Seed. "Além de ser diferente a questão salarial, tem a questão dos atrasos nos salários. Há três meses não é pago nenhum salário", disse a diretora. 
A Seed informou que os repasses deixaram de ser feitos à Arcafar Sul em razão de problemas com a documentação da entidade e que só serão restabelecidos quando a situação for regularizada. 
"A gente tem muitos anos de atividade e muita militância. Acreditamos nessa educação diferenciada e isso é o que nos motiva a continuar", declarou Patrícia. "A manutenção da Casa Familiar Rural também depende da ajuda das famílias dos alunos. Para garantir as refeições dos alunos, cada um deles traz um pouco de alimentos e aqueles que podem, contribuem financeiramente", acrescentou Hélio Ferreira Couto, que dirigiu a instituição entre 2000 e fevereiro de 2016. 
Amanhã, a Associação Padre Sasaki realiza uma festa em comemoração ao Dia do Trabalhador, com diversas atrações, como meio de angariar recursos para a manutenção da casa. (S.S.)

FolhaWeb

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