Beto Richa vira réu na Justiça Federal do Paraná por suspeita de aplicação irregular de verba na saúde
O ex-governador do Paraná
e pré-candidato ao Senado, Beto Richa (PSDB), virou réu na Justiça Federal do
Paraná nesta terça-feira (26). A decisão é do juiz Nivaldo Brunoni, da 23ª Vara
da Justiça Federal em Curitiba.
Tramitação
O que diz a defesa
A denúncia foi
apresentada em junho de 2009 pelo Ministério Público Federal (MPF) - quando
Richa era prefeito de Curitiba. Ele é acusado de desvio de finalidade na
aplicação de verba federal de R$ 100 mil para reformar unidades de saúde entre
2006 e 2008.
Em abril, ao perder o
foro privilegiado por deixar o Governo do Paraná, o processo contra Richa foi enviado pelo Superior Tribunal de
Justiça (STJ) à primeira instância. A decisão foi tomada pelo
ministro Herman Benjamin.
Conforme o MPF, foi
firmado um convênio com o Fundo Nacional de Saúde para reformar três unidades
de saúde de Curitiba. Ainda segundo os procuradores, na prestação de contas de
fevereiro de 2008 constava a execução de 26% das obras.
Tramitação
A
denúncia do MPF, em junho de 2009, foi apresentada perando o Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF-4) por "empregar subvenções, auxílios,
empréstimos ou recursos de qualquer natureza, em desacordo com os planos ou
programas a que se destinam".
A defesa e o MPF se
manifestaram sobre o caso, mas quando Richa assumiu o governo estadual, em
2011, o TRF-4 declinou a competência ao STJ.
No STJ, a denúncia chegou
em março de 2011. Em novembro, o ministro relator Cesar Asfor Rocha determinou
o envio de ofício à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) solicitando
autorização para processar o governador.
Um mês depois, o ministro
Herman Benjamin assumiu a relatoria e reiterou o ofício à Alep. Sem resposta,
em agosto de 2013, o ministro suspendeu a denúncia para evitar prescrição.
Já em novembro de 2014, o
relator foi informado da decisão da Alep de negar a licença para o prosseguimento
da ação.
Em maio de 2017, Benjamin
informou que recebeu comunicação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre
decisão que não há necessidade de autorização da assembleia para que o STJ
processe governadores.
O prazo para o governador
se manifestar sobre a denúncia foi aberto em maio de 2017. Já em abril deste
ano, o ministro declarou a incompetência para julgar o caso após a renúncia de
Richa.
O que diz a defesa
Conforme
nota da assessoria do PSDB, houve um equívoco do MPF ao denunciar Beto Richa que,
segundo o comunicado, "limitou-se à assinatura de convênio para a reforma
de unidades de saúde". "Na realidade, a
verdadeira autora do erro foi uma servidora pública do município de Curitiba,
que, na qualidade de fiscal do convênio, logo após o recebimento dos recursos
federais, em data de 06/12/2006, resgatou a totalidade desses valores em
proveito próprio", diz a nota.
A assessoria do PSDB
informou que a servidora foi exonerada após a instauração de um processo
administrativo disciplinar.
"Os valores do
convênio foram integralmente ressarcidos à União e as unidades de saúde foram
construídas e finalizadas com recursos exclusivos do município de Curitiba.
Todas as contas foram julgadas irregulares", explica o comunicado.
Do G1Pr
Nenhum comentário
Deixe seu comentário sobre essa notícia