Mandados de busca são cumpridos nas casas do prefeito afastado e do ex-presidente da Câmara de Vereadores de São Jerônimo da Serra
Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) nas casas de João Ricardo de Mello, prefeito afastado de São Jerônimo da Serra, no norte do Paraná, do ex-presidente da Câmara de Vereadores do município e em residências e escritórios de duas ex-servidoras e de um advogado.
Algumas
das ordens judiciais também foram cumpridas em Sapopema e fazem parte de investigações no
âmbito na operação DeJà Vú, deflagrada em outubro de 2019. Esta ação apura crimes como associação
criminosa, peculato e corrupção ativa e passiva.
Possível
'Rachadinha'
De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), os pedidos dos mandados foram feitos ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) após análise de documentos encontrados em um pen drive que estava com João Ricardo de Mello.
A promotoria afirma que foram
encontrados indícios de desvios de dinheiro público a partir da adição de
verbas complementares nas folhas de pagamento de servidores municipais.
O MP-PR afirma que esses pagamentos
eram autorizados pelas funcionárias que, após o recebimento, repassavam cerca
de 50% do salários em troca de obtenção de apoio político ao gestor público.
Conforme as investigações, os valores eram repassados ao advogado Fábio Maximiniano de Souza.
"Identificamos a prática conhecida como rachadinha. Essas servidoras recebiam valores nos salários e faziam repasses ao advogado investigado. Esse advogado defendia, em processos particulares, o ex-presidente da Câmara e o atual prefeito que está afastado. Era uma divisão de salários das servidoras que estavam lotadas na Câmara Municipal de Vereadores", explicou o promotor Danilo Paes Leme.
O MP-PR acredita que os valores eram
utilizados para pagar honorários advocatícios, porém ainda serão analisados
mais documentos para concluir o caso e oferecer a denúncia.
Além da análise de documentos, a promotoria também fez um levantamento bancário dos investigados e ouviu arquivos de áudios, encontrados em materiais apreendidos na operação de 2019, que levaram o MP-PR a descobrir a possível pratica de 'rachadinha'. A prática teria ocorrido entre fevereiro de 2017 a maio de 2018.
A promotoria afirma que as servidoras
investigadas foram afastadas dos cargos quando um novo presidente da Câmara de
Vereadores assumiu o cargo.
Além de autorizar os mandados de busca e apreensão, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) também proibiu que cinco investigados frequentem a Câmara Municipal e mantenham contato entre si.
Além disso, foram cumpridos oito mandados
de buscas e apreensão de seis caminhões e dois veículos pequenos que estavam
bloqueados, com proibição de circulação.
Mas, como foi comprovado o descumprimento dessa ordem anterior, o MP-PR pediu a apreensão dos veículos.
O que dizem os citados
A defesa do prefeito afastado João Ricardo de Mello e do advogado alvo desta operação, Fábio Maximiniano de Souza, afirma que nada de irregular foi encontrado nas buscas e que "ambos estão tranquilos em relação ao procedimento judicial".
A defesa informou que ainda não teve acesso ao processo, mas tanto o prefeito como o advogado, se colocaram à disposição da Justiça para esclarecimentos necessários.
Por meio de nota, a Câmara de
Vereadores de São Jerônimo da Serra informou que os fatos investigados pelo
Ministério Público do Paraná (MP-PR) não ocorreram durante a atual gestão do
Poder Legislativo.
A nota concluiu que atos de corrupção
ou contra a administração pública são repudiados 'veementemente' e que a Câmara
está colaborando com as investigações.
Do G1Pr.
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