Deputados federais de Londrina não assinam PEC e questionam fim da escala 6x1 para trabalhadores
Bruno Souza - Especial para o Portal Bonde - Câmara dos Deputados
Os deputados federais de Londrina questionaram e, até o momento, não assinaram o projeto que prevê o início das discussões da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para o fim da escala 6x1, em que funcionários de diversos setores trabalham seis dias na semana para folgar um. A proposta da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) alcançou nesta quarta-feira (13) as assinaturas necessárias, mas nenhuma delas é dos representantes de Londrina. No Paraná, cinco parlamentares concordaram com a proposta, sendo Luciano Ducci (PSB), Zeca Dirceu (PT), Welter (PT), Tadeu Veneri (PT) e Glleisi Hoffmann (PT).
A PEC de Hilton propõe a redução de 44h para 36h o limite máximo de horas semanais trabalhadas. O número máximo de dias trabalhados por semana passaria a ser quatro. Atualmente, a regra prevê que ninguém pode trabalhar mais que 8h por dia e 44h por semana, mas não proíbe que alguém trabalhe seis dias por semana, desde que não ultrapasse os limites previstos. Pela proposta, salários não devem mudar.
A reportagem contatou os cinco deputados federais com base eleitoral em Londrina para comentarem sobre a ausência na lista que tomou conta das redes sociais nos últimos dias. Sindicatos e outras entidades também foram questionados. Confira a seguir.
Luísa Canziani (PSD)
A deputada Luísa Canziani (PSD) defendeu uma discussão mais ampla antes de qualquer medida ser tomada. Para ela, trabalhadores, setor produtivo e sociedade civil organizada devem entrar em consenso para que não haja impactos negativos a qualquer um dos lados.
"Entendo que o mercado de trabalho está em constante evolução e precisamos garantir qualidade de vida a todos, mas temos que avaliar também os impactos que essa mudança na jornada de trabalho provocará na economia, uma vez que vai atingir importantes setores como indústria, comércio, supermercados, restaurantes, hotéis e prestação de serviços, que são os que mais utilizam essa escala", disse à reportagem.
A parlamentar também ressaltou que ações bruscas podem acarretar em desemprego e queda na arrecadação. "Acredito que a redução da jornada de trabalho pode inviabilizar os micros e pequenos negócios levando ao fechamento de empresas, ao aumento do desemprego e, consequentemente, à queda na arrecadação e são esses fatores que estamos avaliando."
Luiz Carlos Hauly (Podemos)
Veterano na política londrinense, o deputado federal pelo oitavo mandato Luiz Carlos Hauly (Podemos) disse desconhecer a proposta, mas que qualquer decisão sobre relações trabalhistas deve ser resolvida entre as partes.
"Entendo que nas relações trabalhistas quem tem que opinar primeiro são os trabalhadores e empresários. Não tem como fazer lei antes de ter a posição de todas as confederações de empregados e empregadores", destacou.
Filipe Barros, Diego Garcia e Marco Brasil
Os deputados Filipe Barros (PL), Diego Garcia (Republicanos) e Marco Brasil (PP) também não assinaram o projeto de Erika Hilton. A reportagem buscou fazer contato, por meio da asssessoria de imprensa dos parlamentares, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.
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