Vereadores decidem futuro do prefeito de Cornélio Procópio
Nesta semana, a população de Cornélio Procópio deve finalmente conhecer o desfecho de um processo investigativo aberto pela Câmara Municipal contra o prefeito Fred Alves (PSC). Está agendada para amanhã, a partir das 14 horas, no plenário da sede do Legislativo, uma sessão especial de julgamento, aberta ao público, na qual será definido o destino do mandato do gestor do município.
Há cerca de um ano, os vereadores instauraram uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), que ficou popularmente conhecida como "CPI do Isopor". O objetivo seria investigar possíveis irregularidades encontradas num processo de compra de 50 caixas de isopor de 170 litros, no valor aproximado de R$ 7 mil, realizado pela administração municipal no Carnaval de 2015. Segundo denúncia, município pagou sem ter recebido os produtos.
A expectativa é que a sessão seja longa, tendo em vista que deverá ser feita a leitura de todo o processo, que conta com mais de mil páginas. O prefeito terá, então, cerca de duas horas para manifestar a sua defesa. O julgamento será determinado mediante voto aberto de todos os vereadores, que deverão decidir pela absolvição ou cassação do mandato de Fred Alves.
Cinco dos 11 vereadores foram declarados impossibilitados de votar nesta sessão, já que os mesmos teriam sido membros da primeira Comissão Especial de Inquérito, de tal forma que se configurariam como denunciantes. Os parlamentares Angélica Olchaneski de Mello (PSB), Bruno Magalhães (PV), Fernando Peppes (PMDB), Luiz Carlos Amâncio (PSDB) e Rodrigo Marconcin (PSB) foram substituídos respectivamente por seus suplentes: Saulo Mendes (PSDB), Jonas de Souza (PV), Claudemir Balardin (PMDB), Ismael Fernandes (PSDB) e Luiz Antonio Bressan (PSL).
Na avaliação da presidente da Câmara Municipal, Angélica Olchaneski, esta atual conjuntura é preocupante e cria um transtorno enorme para Cornélio Procópio. "O município sofre muito com este tipo de situação, porque cai em descrédito. Isto não é bom em nenhum momento, seja agora na véspera das eleições ou num ano eletivo normal. É um sinal de que as coisas não estavam bem, e que vão ficar pior. Até se encontrar um equilíbrio pode levar um pouco mais de tempo, mesmo porque ninguém sabe qual é a realidade do município hoje, de fato", afirma ela.
DEFESA
O advogado de defesa do prefeito, Gabriel Morettini e Castella, afirma que Fred Alves apurou todos os fatos na ocasião do ocorrido na prefeitura, e que foi instaurado um processo administrativo interno, o qual culminou na exoneração dos funcionários envolvidos no caso. Segundo ele, foi também realizada a devolução imediata dos valores aos cofres da administração municipal, o que não ocasionou nenhum dano ao erário.
"Em nenhum momento foi provada a participação direta do prefeito", argumenta Castella. De acordo com ele, a prefeitura adota uma postura de desconcentração dos atos administrativos, o que permite uma melhor distribuição de tarefas no órgão público.
A defesa sustenta que há uma perseguição política contra o prefeito, já que além deste processo, também foram abertas outras três comissões processantes em oposição a Fred Alves ao longo da atual gestão legislativa. Em todos os quatro trâmites foram encontrados erros procedimentais, segundo a defesa, que ainda aguarda julgamento de recurso para provável suspensão da sessão de julgamento.
Carol Santos
Reportagem Local/folha de londrina
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