Plenário da Câmara acata processo de cassação contra o prefeito Ricardo Mello e seu vice Laércio Correia
Com 9 (nove) votos favoráveis, a Câmara de São
Jerônimo da Serra abriu nesta quarta feira (04) uma Comissão Processante que
investigará acerca o prefeito Ricardo
Mello e seu vice Laércio Correia acerca da deflagração da Operação De Jà Vú, ocorrida no dia 16 de outubro que investiga um esquema para fraudar licitações municipais. Segundo as
investigações, a prefeitura adquiriu uma quantidade de produtos acima do
necessário ou itens desnecessários, sobretaxou os valores ou simplesmente fez
licitação para justificar a aquisição ilegal de produtos.
A investigação será conduzida pelo vereador Elison
Marcelo Scerbo, eleito presidente da Comissão Processante. Sebastião
Rodrigues de Lima, escolhido relator, e Jose
Jacir de Sampaio completam o grupo. Os nomes foram sorteados
em plenário hoje, logo após a denúncia ter sido acatada pelos vereadores.
Como a denúncia foi entregue à Comissão Processante, eles têm 10
(dez) dias para notificar os denunciados para que apresentem defesa prévia.
Entenda o caso:
O Ministério
Público do Paraná (MP-PR) afirma que o prefeito de São Jerônimo da Serra, no
Norte Pioneiro do Paraná, João Ricardo de Mello (PPS), preso nesta quarta-feira
(16), chefiava o esquema que fraudava licitações municipais. “O prefeito está no
ápice da pirâmide, nada acontecia sem ele saber, sem ele dar anuência. O
prefeito tem total participação nos crimes”, pontuou o promotor Jorge Barreto.
O Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, nesta quarta-feira
(16), uma operação contra suspeitos de participar de um esquema que fraudou
licitações. O prefeito e mais sete foram presos preventivamente, que é por
tempo indeterminado.
Segundo as
investigações, a prefeitura adquiriu uma quantidade de produtos acima do
necessário ou itens desnecessários, sobretaxam os valores ou simplesmente
faziam uma licitação para justificar a aquisição ilegal de produtos.
O vice-prefeito
Laércio Pereira Correia, a secretária de Saúde e um servidor também foram
afastados dos cargos por determinação da Justiça. Correia chegou a ser preso em
flagrante por posse ilegal de arma, pagou fiança e foi liberado momentos
depois.
O advogado que
informou que representa o prefeito e o vice-prefeito disse que só vai se
manifestar após ter acesso ao processo.
"Já visto"
A ação, que foi
batizada de “Dejá Vù”, está cumprindo 43 mandados de busca e apreensão em
residências, empresas de suspeitos de envolvimento no esquema, prefeitura e
secretarias municipais de São Jerônimo da Serra.
Além de São
Jerônimo da Serra, os mandados são cumpridos em Curitiba, Londrina, Cambé,
Cornélio Procópio, Assaí, Cruzmaltina e Nova Santa Bárbara.
O promotor Jorge
Barreto diz que a organização criminosa passou a agir em 2014 depois do
Ministério Público deflagrar a Operação Sucupira.
Na ocasião, as
investigações mostraram que um grupo, que era composto pelo prefeito da época,
contratou ilegalmente empresas para desviar recursos públicos da prefeitura.
Foram denunciadas 39 pessoas e o
prefeito foi cassado.
João Ricardo de
Mello (PPS), que
era vice-prefeito em 2014, assumiu a chefia do Executivo Municipal, foi
eleito pela população em 2016, mas, conforme o MP-PR, continuou a operar o
mesmo esquema.
“Estamos diante de
um quadro de realização de licitações para aquisições de peças automotivas,
produtos hospitalares e outros objetos de forma ilegal. O esquema era o mesmo
de 2014”, detalhou o promotor Jorge Barreto.
Entre os produtos
comprados pelo município, estão peças automotivas, o MP descobriu que em alguns
casos esses itens não eram entregues ou se eram entregues não eram
substituídos, pilhas para a Secretaria Municipal de Saúde e produtos diversos
para a secretaria Municipal de Educação.
Vice-prefeito investigado
O promotor Jorge
Barreto explica que o vice-prefeito não foi preso, mas o afastamento foi
autorizado pela Justiça porque Correia dava anuência ao que acontecia na
prefeitura.
“Ele não
determinava diretamente um acordo, mas tinha conhecimento. É a mesma situação
da secretária municipal de Saúde, ela também tinha conhecimento do esquema”,
acrescentou.
O Ministério
Público afirma que os investigados devem responder pelos crimes de organização
criminosa, peculato, corrupção e fraude a licitações.
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