POLICIAIS MILITARES DO PARANÁ COMEÇAM A USAR CÂMERAS NOS UNIFORMES
Simoni Saris - Grupo Folha - Gabriel Rosa/AEN
O governo do Paraná iniciou neste mês a fase de testes e anunciou para abril a utilização de câmeras de segurança nos uniformes dos policiais militares. A medida é uma reivindicação recorrente da sociedade civil, órgãos do sistema judiciário e de proteção dos Direitos Humanos, que veem no uso dos equipamentos um meio de reduzir e inibir eventuais excessos cometidos no exercício da atividade policial, além de ser uma forma de proteção aos próprios agentes de segurança. Grupos favoráveis ao uso de câmeras corporais, no entanto, põem em dúvida a efetividade da medida em razão do baixo número de equipamentos disponíveis. Segundo informações repassadas a veículos de imprensa pela Polícia Militar do Paraná, serão cerca de 300 câmeras em um universo de aproximadamente 18 mil policiais, o que corresponde ao monitoramento de menos de 2% da tropa.
As câmeras foram alugadas a um custo anual de pouco mais de R$ 1 milhão ou R$ 84 mil mensais. A empresa contratada para fornecer os equipamentos é a Tronnix Soluções e Segurança Ltda., com sede em Goiânia (GO).
A distribuição dos dispositivos de monitoramento será feita entre agentes da corporação em todo o Estado, sendo 60 para a Polícia Rodoviária Estadual, divididas igualitariamente entre Londrina, Maringá e Cascavel. O BPFron (Batalhão de Polícia de Fronteira) receberá 24 equipamentos e dois batalhões da PM em Curitiba, além de batalhões em Londrina, Maringá, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Colombo e Paranaguá contarão com 24 câmeras cada um, totalizando 192 dispositivos.
Em março, 5% do total das câmeras começaram a ser utilizados em fase de teste. O restante dos equipamentos entra em operação a partir do mês que vem.
Para o membro do Movimento Nacional dos Direitos Humanos no Paraná, Carlos Enrique Santana, a quantidade de câmeras a serem disponibilizadas neste momento está muito abaixo da necessidade. “Trezentas câmeras não dão nem para cuidar do condomínio onde mora o governador”, comentou ele, que também questionou o valor do contrato. “Esse preço é um roubo ao erário”, avaliou.
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